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Mostrando postagens de julho, 2016

LITERATURA FEMINISTA: CRÔNICAS, (MINI)CONTOS, POEMAS, RESENHAS E MAIS!

10 comportamentos que tiram o valor de um homem

   Hoje em dia os homens (cis, héteros) andam muito desvalorizados. Isso faz com que muitos sofram amargamente nas suas vidas, sobretudo na vida amorosa.  Outro dia eu estava vendo uns vídeos de forró, funk, sertanejo e fiquei chocada com o comportamento vulgar dos rapazes. Agora deram pra ralar até o chão como um bando de putinhos a busca de serem comidos... e a gente, mulherada, já sabe que se o boy rala o pinto no chão é porque ele é um homem rodado, um mero bilau passado.    Antigamente, no tempo de nossas avós, o homem era valorizado pelo seu pudor virginal, não pela sua aparência. Homens eram um prêmio a ser alcançado pelas mulheres, eles tinham que ser conquistados, ganhados. Hoje em dia, muitos machos estão disponíveis para qualquer mulher num estalar de dedos. Escolhe-se um macho diferente a cada esquina. E a mídia ainda insiste em dizer que homem pode dar pra quantas ele quiser, fazendo os machos assimilarem uma ideia errada e vulgar que os levarão a serem infe

Somos putas?

Somos putas quando transamos e somos putas também quando não transamos. Somos putas quando nos vestimos de forma considerada sensual e dizemos não a um homem. Somos putas quando nos vestimos de forma "contida" e dizemos não a um homem. Somos putas quando desrespeitam nosso não e nos abusam. Somos putas e culpadas. Somos putas de batom vermelho. Somos putas de salto. Somos putas bebendo. Somos putas na balada. Somos putas na igreja por ''nos fazermos de santinhas''. Somos putas se transarmos quando quisermos, e com quem nós quisermos. Somos putas quando não transamos (''as putas puritanas" dizem os machos). Somos putas quando dizemos não aos nossos chefes/empregadores. Somos putas quando dizemos sim a nossos chefes/empregadores. Somos putas quando engravidamos antes de casarmos. Somos putas se o pai da criança não assume a paternidade. Somos putas se abortamos. Somos putas se tivermos o bebê. Somos putas toda vez

Sobre feminismo, divergência teórica e briga de vertentes...

Feminismo, de modo genérico, pode ser definido como um movimento que busca a equidade social, política e econômica entre os gêneros. Acontece que além dessa definição geral, existem pautas ou bandeiras específicas levantadas pelas mais variadas vertentes/núcleos do movimento. E muitas vezes a gente que tem acesso a espaços de militância se depara com a expressão "briga de vertente". Pois bem, o que é isso? É simplesmente o fato de existirem divergências teóricas simples entre cada núcleo feminista ou pode haver algo mais? Briga de vertente no feminismo nada mais é que você se posicionar politicamente pra defender a sua vertente. Contudo, isso não significa que o que você esteja fazendo seja ISENTO de sustentar mecanismos de opressão. O que muita feminista não sabe ou admite.  Feminismo é política.  Não dá pra haver neutralidade, você tem que se posicionar.  Cada vertente do feminismo é pautada por ideologias políticas. Feminismo intersec tem uma forma de lutar

Feminismo radical é a vertente mais odiada do feminismo?

Sou feminista radical. Pertenço a vertente mais odiada do movimento mais odiado.      Vi a frase acima algumas vezes nas últimas semanas no meu perfil do facebook. Minha reação não podia ser outra. Feminismo radical não é a vertente mais odiada do movimento mais odiado.  PAREM DE PASSAR VERGONHA!!! Pra ser a vertente mais odiada precisaria o radfem ser composto pelas pessoas mais odiadas institucionalmente e o que o feminismo radical atual (hegemonia) não é feito é dos grupos minoritários políticos em comparação a outras vertentes protagonizadas por mulheres pobres, mulheres negras, mulheres LGBT+.  Feminismo radical pode ser a vertente mais rejeitada e criticada pelas outras vertentes que, com exceção da liberal, dialogam em muito, há divergências, obviamente, mas desde a interseccional, passando pela anarquista, negra, indígena, até a marxista... você vê recortes essenciais de gênero, classe, sexualidade e etnia, o que faz com que os sujeitos políticos das vertent

A escrita como subversão e denúncia social em Quarto de despejo de Carolina de Jesus

"A favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos" - Carolina Maria de Jesus Quarto de Despejo : diário de uma favelada, é um livro em forma de diário, escrito por Carolina Maria de Jesus (1915-1977), mulher negra, pobre, sem muita escolaridade, catadora de papel e lixo, solteira e mãe de três filhos, à época da escrita, moradora da antiga favela do Canindé, em São Paulo. Em seu diário, que se inicia no ano de 1955 e termina no ano de 1960, Carolina registrou seu cotidiano pobre e humilde, assim como o das pessoas a sua volta, as necessidades, carências e desmazelos que sofriam, advindos do descaso do poder público, os conflitos entre os moradores da favela, a miséria que os cercavam, além de apontar para fatos importantes da vida sócio-política do Brasil daquela época, como a negligência política com a população menos favorecida socioeconomicamente.  Não há como desvincular a obra com a vida de Carolina, pois ambas se relacionam dev